Obra de Karen de Picciotto – Divulgação
A artista Karen de Picciotto apresenta a exposição individual Devir, com curadoria de Jurandy Valença, a partir de 9 de setembro no Centro Cultural Correios Rio de Janeiro. A mostra, instalada na Galeria I, no segundo andar do edifício, reúne cerca de 28 obras de forte impacto visual, e algumas de grande escala, propondo ao público uma reflexão sobre a dualidade dimensional de sua produção e os limites entre pintura e escultura.
Por meio de uma técnica singular desenvolvida pela própria artista, Karen rompe com os paradigmas tradicionais da pintura ao explorar obras que flutuam entre o bidimensional e o tridimensional, entre o pictórico e o escultórico. “São obras que parecem fossilizadas, como se estivessem decantando há tempos no fundo do mar e fossem resgatadas para o deleite do nosso olhar em torno de um passado fossilizado”, descreve o curador.
Utilizando esmalte sintético — tinta à base de óleo de secagem lenta —, a artista lança mão do clássico pincel e, em vez disso, usa ventiladores para conduzir o gotejamento da tinta sobre objetos e telas. Esse processo cria camadas densas de cor e textura, conferindo relevo e volume aos suportes. A tinta, em vez de ser aplicada manualmente, é direcionada pelo vento, subvertendo a gestualidade tradicional do ato de pintar.
Parte das obras da exposição se constituem a partir da relação entre objetos sobrepostos a telas criando composições em negativo e positivo. Por meio da repetição deste processo, Karen espelha os elementos da composição, questionando a natureza da pintura e da escultura.
Nas palavras do curador, “o gesto da artista é o tempo”. A ação do tempo, somada ao acaso do processo, é parte constitutiva da obra. Ao renunciar ao controle total sobre o resultado, Karen propõe uma imagem que se manifesta por si só — autônoma, acidental e sensorial.
Devir aponta para o movimento contínuo da transformação — conceito filosófico que inspira o título da exposição. Assim como o pensamento de Hegel, a prática de Karen de Picciotto sugere que a arte, assim como o mundo, está em constante processo de vir-a-ser.
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