“Desluz”, 2009. Gilbertto Prado e Poéticas Digitais. Galeria Expandida – (08.04.2010) – Luciana Brito Galeria
O Museu de Arte Contemporânea da USP apresenta, a partir de 13 de setembro, a exposição Portais, Passadiços e Pomanders: Gilbertto Prado e Poéticas digitais, com 11 trabalhos em que se entrelaçam o visível e o invisível, o orgânico e o maquínico, o sensorial e o digital em experiências que tensionam fronteiras e ativam formas de coexistência. As curadoras Ana Magalhães e Priscila Arantes observam que “há espaços que não se limitam à sua territorialidade: são passagens, zonas de transição, portais entre mundos e estados de presença. Heterotopias.” A exposição propõe uma travessia por esses “entre espaços”.
Gilbertto Prado é um artista pioneiro no Brasil em arte telemática e arte em rede que desenvolve, desde os anos 1980, obras que exploram meios diversos como fax, arte postal, realidade virtual e redes digitais. Sua trajetória é inseparável da própria história da artemídia no país. Os trabalhos apresentados na exposição foram criados em colaboração com o grupo de pesquisa Poéticas Digitais que Gilbertto fundou e coordena há mais de uma década,
Aqui, os portais abrem-se como convites à transição entre o dentro e o fora do espaço expositivo, entre o físico e o digital, entre o museu e seus territórios. Os passadiços são linhas tênues, pontes, travessias por onde se cruzam temporalidades, culturas e técnicas. O pomander, artefato criado na Europa medieval para filtrar os odores do mundo e proteger o corpo por meio do aroma, ressurge como tecnologia sensível; presença olfativa que ativa memórias e conecta corpos, ambientes e dispositivos em uma rede de afetos.
“Cada obra da exposição ativa uma tecnologia diversa – ancestral, vegetal, eletrônica, algorítmica – para nos colocar em contato com dimensões sensíveis da experiência que escapam à nossa percepção imediata”, comentam as curadoras. Entrelaçando arte e natureza, muitas das obras evocam formas de inteligência vegetal e forças invisíveis que regem o mundo natural. Essas criações operam em diálogo com a natureza traduzindo seus ritmos, sutilezas e transformações em experiências sensoriais e tecnológicas que “nos convidam a repensar nossos modos de habitar o mundo: a abrir espaço para novas formas de coexistência com a terra, os ciclos da natureza e tudo aquilo que pulsa além da centralidade humana”, completam as curadoras.
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