Vista da exposição “De olhos fechados vemos o sol”. Foto: Julia Thompson
A Quadra inaugura, no dia 23 de agosto, a exposição De olhos fechados vemos o sol, terceira individual da artista Manuela Costa Lima na galeria. Com texto curatorial de Isabella Lenzi, a mostra apresenta uma instalação inédita e um conjunto de pinturas que aproximam o cotidiano do divino, o industrial do metafísico e a matéria construída do invisível.
Arquiteta de formação, Costa Lima constrói sua obra a partir de um olhar sensível à vida comum — ritmo e matérias aproximam sua sensibilidade para um conjunto de gestualidades compositivas. Ao recolher objetos ordinários e pré-fabricados e submetê-los a deslocamentos mínimos, a artista reorganiza suas funções e presenças, produzindo trabalhos que revelam alumbramentos presentes no deslocamento e na observação atenta.
Na instalação central, placas fotovoltaicas captam a radiação solar e, sem intermediação ou armazenamento, acendem lâmpadas incandescentes dispostas no chão de madeira e terra vermelha, parcialmente enterradas. Sensíveis às variações atmosféricas, essas lâmpadas — cada uma com cor, formato e potência próprios — respondem em tempo real à intensidade do sol, criando um espaço fluido onde luz e calor se tornam experiência imediata sempre em transmutação.
O diálogo da artista com a espiritualidade também se revela na série Lampejos, velaturas feitas sobre páginas de um calendário litúrgico cobertas por camadas de pigmento azul ou folhas de ouro. Pequenas janelas abertas na superfície deixam ver palavras como “Mistério”, “Milagre” e “Mulher”, lampejos de revelação que interrompem a opacidade da cor. “A energia está dada de antemão, mas é preciso plugar”, afirma a artista,condensando o sentido da obra.
Em De olhos fechados vemos o sol, o sagrado é tratado como presença imanente e cotidiana. Nas palavras de Isabella Lenzi, a exposição oferece “uma experiência física e sensível daquilo que normalmente não se vê. Um espaço que é corpo, oferenda, pausa e silêncio para meditação.”
Entre as exposições individuais recentes de Manuela Costa Lima estão 12, Galpão NONADA, Rio de Janeiro, Brasil (2024); Sistemas Abertos, Piscina, São Paulo, Brasil (2023); Noites Brancas, Quadra, São Paulo, Brasil (2021). A artista também dascoletivas Olhe bem as montanhas, Quadra, São Paulo, Brasil (2024); Regra detrês, Gisela Projects, Rio de Janeiro, Brasil (2024); Ervas daninhas, Quadra, São Paulo, Brasil (2024); Da lua à teta, Quadra, Rio de Janeiro, Brasil (2023); Dimensão da cidade, Casa das Rosas, São Paulo, Brasil (2023); e Pablo’s 21st Birthday, Pablo’s Birthday Gallery,Nova York, EUA (2023).
Texto Curatorial: Isabella Lenzi
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