Pensar sobre desigualdades é, em última instância, pensar sobre saúde — bem-estar em seu sentido mais amplo. Hoje, a saúde é cada vez mais compreendida em termos do microbioma: os trilhões de microrganismos que nos habitam, nos alimentam, nos sustentam e nos defendem. Muitas doenças contemporâneas — obesidade, diabetes, câncer, distúrbios autoimunes, alergias, autismo, Alzheimer, depressão — estão agora associadas à perda de diversidade microbiana. A arquitetura também está implicada. Essas “doenças do ambiente construído” são inseparáveis da saúde planetária e do estado da biosfera.
As desigualdades precisam ser pensadas para além do humano, o que também implica enxergar o humano de outra maneira — como um ecossistema móvel inserido em um mundo microbiano.
We the Bacteria funciona tanto como espelho quanto como projetor. A exposição introduz os visitantes à sua condição microbiana e, em seguida, traça a trajetória dos microrganismos desde as profundezas da Terra até o espaço sideral, e desde 4,2 bilhões de anos atrás até os dias de hoje. Pesquisas recentes de cientistas e arquitetos são apresentadas ao lado de uma história alternativa da arquitetura contada sob a perspectiva dos micróbios, culminando na disbiose do presente.
A seção final aponta para o futuro, com instalações ativas desenvolvidas por nove equipes internacionais de design em colaboração com microbiologistas, propondo novas formas de convivência entre humanos e microrganismos.