Vista da obra de Neide Sá. Créditos: © Wilton Montenegro. Cortesia Galeria Superfície
A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, inaugura a exposição Neide Sá: vida, doce mistério, nas três salas do segundo andar do edifício Pina Luz.
A mostra reúne um recorte significativo da produção da artista, evidenciando sua atuação como arte-educadora, a multiplicidade de linguagens e suportes de seu trabalho e também sua pesquisa de materiais. Essa trajetória responde a questões específicas de cada época: da novidade dos acrílicos, cores e formas de impressão entre os anos 1960 e 1970 ao retorno a narrativas sobre uma origem civilizatória no Brasil, que alcançava 500 anos de chegada dos portugueses na virada dos anos 1990 para os 2000.
As 97 obras em exposição abrangem o período de 1960 até os anos 2000, conectando o começo de carreira da artista a sua produção mais recente. Com curadoria de Lorraine Mendes, a mostra conta com uma sala com obras interativas, como “Momento” (1967), “Reflexível” (1977) e “Nós & nós” (2004).A curadoria deste espaço foi compartilhada com a Área de Ação Educativa da Pinacoteca de São Paulo. Ali, o público pode tocar, interagir e compor seus próprios poemas.
Outra obra icônica que será apresentada é “Ciclo infinito vida-morte” (1968-2010), objeto-poema que, como seu nome anuncia, atravessa o tempo somente para voltar e recomeçar. Dispositivo de leitura desenvolvido pela artista, trata-se de um cubo em acrílico com uma das faces em aço e espelho. Depositado sobre um expositor, esse cubo materializa-se em um livro-metáfora, veículo de uma linguagem codificada criada por Neide em 1968 para refletir sobre a dinâmica e a contínua relação vida-morte-vida.
“Em um fluxo de abrir/fechar, manter/apagar, rever/refazer, viver/morrer, entre os parênteses e colchetes codificados pela artista, entre as camadas de tempo e o acúmulo de dobras, formas e gestos, percebemos um desejo por olhar e desvendar a linguagem e as relações humanas. Vemos a arte como veículo de interação e meio de comunicação, entre fazer refletir e desatar nós, criar e propor caminhos para lidar com aquilo que atravessa o tempo e de alguma forma permanece: a vida.", afirma a curadora Lorraine Mendes no texto crítico.
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