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“Entre olhares – Encontros com a Coleção Roberto Marinho” na Casa Roberto Marinho

24 abril -12:00 até 22 junho -18:00

Iberê Camargo, Sem título, 1975. Coleção Casa Roberto Marinho | Instituto Casa Roberto Marinho © Iberê Camargo – Fundação Iberê

Lá pelos anos 80, quando comecei a estudar arte, eu descobri trabalhos que me emocionavam muito. Cada descoberta era como um êxtase, e matéria a ser absorvida, vivida, por vezes copiada descaradamente. A liberdade da inocência.

Pouco a pouco fui descobrindo meu caminho com informações e influências do que andava acontecendo pelo mundo nos anos 70 e 80, mas também sempre bebendo nas fontes do passado, do Brasil e do mundo, conversando com os mortos. Cada trabalho que arrebata é um desafio: você olha, pensa, tenta repetir a seu modo, vai explorando. Uma conversa que não podia ser apenas celebratória, precisava ser próxima, íntima, irreverente.

Inicialmente, meu trabalho era abstrato gestual. Certo dia, eu tive um interesse em desenhar uma estátua que estava emprestada na minha casa. Era uma réplica da escultura maneirista O rapto da Sabina, de Giambologna. Meio sem me dar conta, a princípio, comecei ali as séries das Sabinas e do Laocoonte; essas séries falam de um modo de ensinar arte que passava pela cópia de pinturas e de esculturas clássicas para aprender repetindo o passado.

Eu entrava na série de artistas estudantes pela porta de entrada da academia, mas abstraindo, trazendo o maneirismo para o meu interesse no gesto, no corpo, na percepção do espaço. A arte se comunica em sua infinita série, o objeto pré-histórico ainda fala com a escultura moderna e contemporânea. Meu trabalho trava um diálogo com a história da arte, e fala disso.

Esse meu diálogo com a Coleção Roberto Marinho começa com Iberê Camargo e Jorginho Guinle. Roberto Marinho formou sua coleção com seu olhar, e também acompanhando artistas amigos em visitas e aquisições.

Eu comecei a colecionar trocando trabalhos com colegas e amigos. Havia um exercício de parceria e admiração, e a vontade de ter trabalhos perto de mim. Alguns dos meus amigos já se foram, mas guardo sua presença em suas obras. Colecionar é um prazer imenso, os bons trabalhos vão ganhando mais e mais significados com o tempo.

Colecionar é também conversar, colocar obras lado a lado. Em 2021 participei de um projeto na Casa Roberto Marinho chamado A Escolha do Artista com curadoria de Lauro Cavalcanti. Eu escolhi na coleção um grupo de Ripas de Ione Saldanha. Esse diálogo deu origem a uma exposição muito particular, quando fiz uma montagem livre das Ripas e, na época, um novo caminho se abriu no meu trabalho. Apesar da distância histórica das obras, o olhar contemporâneo atualiza a leitura e mantém as obras vivas.

Esse diálogo de obras por ocasião da exposição “A inconstância da forma”, na Casa Roberto Marinho, é uma viagem às origens dos meus interesses na arte, às imagens que me formaram, às ideias e/ou formas que roubei, às epifanias, descobertas que vivenciei vendo obras de diversos tempos. Neste momento de rever minha trajetória, convido o público a partilhar minha visão pessoal num enlace entre obras que me falam ao coração. Uma instalação que não pretende ser didática, mas sim um mergulho com muito amor e liberdade e, espero, instigante.

Elizabeth Jobim

Detalhes

Início:
24 abril -12:00
Final:
22 junho -18:00
Categoria de Evento:
Evento Tags:
,
Website:
https://casarobertomarinho.org.br/

Local

Casa Roberto Marinho
R. Cosme Velho, 1105
Rio de Janeiro, RJ Brasil
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