Obra-prima redescoberta de Turner pode bater novo recorde do artista

Autenticada recentemente em Viena, a pintura teve sua autoria confirmada por meio de uma análise de raios X e está sendo oferecida por €38 milhões

por Diretor
2 minuto(s)
JMW Turner, “Venice, seen from the Canale della Giudecca, with the church of Santa Maria della Salute”, c. 1840. Cortesia da Galerie Artziwna.

A recente redescoberta de uma obra de J.M.W. Turner em Viena, intitulada Venice, seen from the Canale della Giudecca, with the church of Santa Maria della Salute (c. 1840), causou grande repercussão na cena artística internacional. A pintura, que estava atribuída a Turner de maneira provisória, teve sua autenticidade confirmada por meio de uma análise interdisciplinar conduzida por especialistas austríacos. O trabalho foi liderado pelo curador Dr. Franz Smola, do Belvedere Museum, e pela Dra. Katja Sterflinger, chefe do Instituto de Ciência e Tecnologia em Arte da Academia de Belas Artes de Viena.

A confirmação da autoria de Turner foi estabelecida com o uso de exames de raios-x e análises de pigmentos que dataram a obra por volta de 1840. Esse período é considerado um dos mais produtivos do artista, especialmente em suas paisagens e cenas urbanas de Veneza, que frequentemente combinavam luz, cor e atmosfera em um estilo precursor das inovações modernistas. A pesquisa revelou que Turner utilizou o pigmento aureolin na composição, um dado relevante que pode levar a novas descobertas sobre sua paleta de cores e sua técnica, ampliando o conhecimento existente sobre o artista.

A obra, considerada uma “irmã perdida” de outra pintura semelhante presente no Victoria & Albert Museum, em Londres, está sendo oferecida pela galeria Artziwna em Viena por €38 milhões (aproximadamente $41 milhões). Essa descoberta e sua apresentação ao mercado reforçam o interesse contínuo por Turner, cuja obra Rome, from Mount Aventine (1835) mantém o recorde de leilão do artista, vendida por £30.3 milhões ($47.4 milhões) na Sotheby’s em Londres, em 2014.

Técnicos de galeria da Sotheby’s ajustam a pintura “Rome, from Mount Aventine”, de J.M.W. Turner, em Londres. Crédito: Rob Stothard / Getty Images

O que torna essa redescoberta particularmente relevante é o contexto mais amplo das comemorações pelos 250 anos do nascimento de Turner, ocorrido em Londres em 1775. Diversas exposições foram organizadas para celebrar seu legado. No Reino Unido, importantes mostras vêm sendo realizadas, enquanto nos Estados Unidos, o Yale Center for British Art, em Connecticut, recentemente reabriu com a exposição JMW Turner: Romance and Reality, em cartaz até julho. Além disso, o Taft Museum of Art e o Cincinnati Art Museum, em Ohio, estão exibindo uma mostra conjunta de suas aquarelas até junho. A Tate, que possui a maior coleção de obras de Turner, organizou a exposição Dialogues with Turner: Evoking the Sublime, que será apresentada no Museum of Art Pudong, em Xangai, a partir de outubro deste ano.

Ainda que a galeria Artziwna tenha consultado curadores do V&A, especialistas da Tate se recusaram a revisar a autenticidade da pintura. Segundo o relatório de autenticação, os pesquisadores dependeram amplamente da literatura especializada disponível sobre Turner, incluindo a segunda edição de seu catálogo raisonné, que já conta com 40 anos de idade.

Este novo achado pode inspirar novas pesquisas sobre a obra de Turner, especialmente em relação ao uso de pigmentos como o aureolin, expandindo o entendimento sobre sua prática artística.

Você também pode gostar

© 2024 Artequeacontece Vendas, Divulgação e Eventos Artísticos Ltda.
CNPJ 29.793.747/0001-26 | I.E. 119.097.190.118 | C.C.M. 5.907.185-0

Desenvolvido por heyo.com.br