Principais aberturas de exposições em São Paulo – abril 2025

Abril reúne uma série de importantes aberturas nas artes visuais, incluindo a SP-Arte no Pavilhão da Bienal e mostras espalhadas pela cidade

por Diretor
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Abril marca a chegada da SP-Arte em São Paulo, de 3 a 6 de abril no Pavilhão da Bienal, movimentando o circuito artístico e atraindo atenção para uma série de exposições que se espalham pela cidade.

O MASP inaugura a aguardada exposição individual de Hulda Guzmán e uma mostra coletiva que reúne trabalhos têxteis produzidos por mulheres do Movimento dos Atingidos por Barragens. Enquanto a Pina Estação apresenta a primeira panorâmica institucional de Marga Ledora, exibindo séries raramente vistas como Quadrus Negrus e Casa Preta.

A Galeria Leme inaugura De mim para nós, segunda individual de Jaume Plensa no espaço, com três esculturas em grande escala que refletem sobre a relação entre o indivíduo e o coletivo. Na Mendes Wood DM, Guglielmo Castelli realiza sua primeira exposição no Brasil, Um galo sozinho não tece uma manhã, com trabalhos inéditos que lidam com questões de identidade, abstração e memória.

“Hulda Guzmán: Frutas Milagrosas” + “Mulheres Atingidas por Barragens: bordando direitos | MASP – Edifício Lina Bo Bardi
11.04 – 24.08 | 11.04 – 03.08

O MASP recebe a primeira individual da dominicana Hulda Guzmán na América do Sul, com curadoria de Amanda Carneiro. Conhecida por pintar cenas que misturam paisagens tropicais, arquitetura modernista e figuras humanas em situações improváveis, a artista dominicana cria cenários que oscilam entre o real e o fantástico. Seus trabalhos trazem personagens que parecem se perder e se encontrar em florestas, praias e interiores elegantes, enquanto perseguem demônios ou descansam sob o calor caribenho. Guzmán volta ao MASP após sua participação em Histórias da Sexualidade e Histórias da Dança, agora ocupando o Edifício Lina Bo Bardi com obras que sugerem uma convivência estranha e fascinante entre natureza e cultura, prazer e inquietação.

O museu também apresenta Mulheres Atingidas por Barragens: bordando direitos, com curadoria de Isabella Rjeille e Glaucea Helena de Britto. A mostra reúne cerca de 30 trabalhos produzidos entre 2013 e 2024 por mulheres do Coletivo Nacional de Mulheres do MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens –, que utilizam o bordado como ferramenta de denúncia e memória. Inspiradas na tradição chilena da arpillera, essas peças narram temas urgentes como violência doméstica, desestruturação comunitária, falta de acesso à água e energia, e os impactos ambientais das barragens.

Lia D Castro, da série Axs Nossxs Filhxs, Natureza Morta, 2025. Foto: Estúdio em Obra

Lia D Castro, “Passantes” | Martins&Montero
01.04 – 10.05

A mostra reúne trabalhos inéditos e revisita gêneros clássicos da pintura com um gesto direto: a artista compra naturezas-mortas e paisagens em antiquários e intervém sobre elas pintando pés masculinos de homens criados em sistemas matriarcais por mães, tias e avós. Além disso, as obras são posicionadas de ponta cabeça, criando um efeito de desorientação que sugere uma releitura do museu e da própria história da arte. Inspirada no conceito de “passante” de Achille Mbembe, Castro reflete sobre pertencimento, fronteiras e exclusões, colocando em choque o olhar eurocêntrico que ainda persiste na arte.

Jaume Plensa, “Rui Rui’s Words“, 2021. Foto: Gasull © Plensa Studio Barcelona

Jaume Plensa, “De mim para nós” | Galeria Leme
01.04 – 10.05

Essa é segunda exposição individual do artista espanhol Jaume Plensa no espaço da galeria, contando com três esculturas em grande escala que refletem sobre a transição do indivíduo para o coletivo. Plensa, que mantém uma relação longa com o Brasil e realizou importantes instalações públicas no país, propõe um diálogo entre solidão e comunidade por meio de obras como Blue Hermit, que representa o isolamento absoluto, e Rui Rui’s Words, uma escultura suspensa que convida à contemplação. Na entrada, Self Portrait V, uma figura envolta por letras de aço inoxidável, estabelece um vínculo entre o espaço expositivo e o exterior.

Marga Ledora, da série Quadrud Negrus. Foto: Isabella Matheus

“Marga Ledora: A linha da casa” | Pinacoteca Estação
05.04 – 24.08

A Pina Estação recebe a primeira panorâmica da artista, reunindo um conjunto expressivo das sérias Quadrus Negrus e Casa Preta, raramente exibidas em sua totalidade, além de obras pouco conhecidas que trazem a amplitude de sua produção. Nascida em 1959 em São Paulo, Ledora desenvolve um trabalho rigoroso e experimental voltado para o desenho, meio que explora a atenção especial à arte do papel. A mostra tem curadoria de Ana Paula Lopes.

Guglielmo Castelli, “Moleque”, 2024. Cortesia do artista e Mendes Wood DM. Crédito da imagem: Nicola Morittu

Guglielmo Catelli, “Um galo sozinho não tece uma manhã” + Adriano Costa, “1 metro de cabelo” | Mendes Wood DM
01.04 – 16.08 | 01.04 – 24.05

“Um galo sozinho não tece uma manhã” é a primeira exposição individual de Guglielmo Castelli. O artista italiano, conhecido por sua formação em cenografia e por seu olhar crítico à cultura burguesa, reúne trabalhos que misturam abstração e figuração, construindo cenas de desconforto e fragmentação. Inspirado pelo verso de João Cabral de Melo Neto, o artista aborda a coletividade e a desorientação ao elevar o público em uma plataforma, intensificando a sensação de vertigem. Obras como Pan de Queijo e Moleque combinam referências brasileiras e europeias, lidando com identidades culturais e estabelecendo diálogos com o legado de modernistas como Alfredo Volpi.

Em paralelo, Adriano Costa apresenta uma mostra que lida com sua prática em constante relação com o espaço expositivo, misturando objetos do cotidiano, referências à cultura LGBTQIAPN+ e citações indiretas a movimentos sociais e artísticos. Suas esculturas metálicas e pedras de bronze, moldadas pelo toque direto dos dedos, criam um processo que desorganiza padrões formais e segue uma poética pessoal, onde o humor e o improviso se encontram com referências culturais e políticas.

Luiz Braga, Barqueiro azul em Manaus, 1992. Crédito Luiz Braga

“Luiz Braga – Arquipélago imaginário” | IMS Paulista
12.04 – 31.08

Esta é a primeira panorâmica institucional de Luiz Bragam exibindo cerca de 250 fotografias que cobrem sua produção de cinco décadas, desde os anos 1970 até 2024, com 190 obras inéditas. Com curadoria de Bitu Cassundé e assistência de Maria Luiza Meneses, a exposição é dividida em nove núcleos que mostram desde suas imagens em preto e branco iniciais até produções mais recentes na ilha do Marajó. Conhecido por capturar paisagens, cenas urbanas, interiores e personagens do Pará, Braga documenta o cotidiano e os saberes populares com um olhar que valoriza o convívio e a intimidade. Entre os destaques, estão séries como Nightvision – Mapa do Éden, que explora tons prata-esverdeados em imagens oníricas da Amazônia, e os núcleos Retrato e Antirretrato, que fogem da formalidade clássica para incorporar os ambientes e objetos ao redor dos personagens.

Pascale Marthine Tayou, “Colorfolies”, 2020-2024

Pascale Marthine Tayou, “BRAZILISM” | A Gentil Carioca
01.04 – 10.05

A segunda exposição individual de Pascale Marthine Tayou na galeria e a primeira em São Paulo, reúne um conjunto de obras inéditas que seguem sua investigação sobre identidade, mobilidade e intercâmbio cultural em um mundo cada vez mais conectado. Nascido em 1966 em Nkongsamba, Camarões, Tayou vive e trabalha entre Ghent, na Bélgica, e Yaoundé, em Camarões, e tem consolidado uma trajetória internacional que inclui participações em eventos como Documenta, Bienal de Veneza, Bienal de São Paulo e exposições na Tate Modern. Com uma prática que atravessa diversos meios, de esculturas e instalações a vídeos e desenhos, o artista constrói trabalhos que lidam com questões complexas sobre a própria herança africana e o impacto da globalização.

Ana Mae Barbosa em Rondônia durante encontro da Federação de Arte Educadores do Brasil, s.d.

“Ocupação Ana Mae Barbosa” | Itaú Cultural
02.04 – 13.07

A exposição celebra os 70 anos de trajetória da arte-educadora, professora e pesquisadora que formalizou o ensino da arte no Brasil. Com curadoria de Clarissa Diniz, a mostra reúne mais de 300 itens, incluindo livros, registros históricos, caricaturas feitas por alunos e uma seleção de colares da vasta coleção de Ana Mae. Aos 88 anos, Ana Mae Barbosa permanece ativa na luta pela obrigatoriedade do ensino de arte nas escolas, uma causa que defende desde os anos 1950. Em paralelo à exposição, o evento Encontros com Arte e Educação acontece de 3 a 6 de abril, reunindo convidados para discutir o impacto de sua obra na pesquisa e prática da arte-educação no país.

Créditos: Alexandre Leopoldino

“Lugar Público – Muntadas” | Sesc Pompeia
05.04 – 10.08

O Sesc Pompeia apresenta uma exposição inédita de Antoni Muntadas que ocupa a Área de Convivência da unidade para refletir sobre as transformações e limitações dos espaços compartilhados diante da crescente privatização e vigilância urbana. Com curadoria de Diego Matos, o projeto site-specific reúne intervenções audiovisuais, textuais e dispositivos arquitetônicos que questionam as dinâmicas de poder que moldam as cidades contemporâneas e restringem o acesso a espaços coletivos. Além disso, a mostra inclui uma área dedicada à memorabília com mais de 50 cartazes de seu percurso e uma seleção de publicações do artista.

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