Adrian Paci, “Il vostro cielo fu mare, il vostro mare fu cielo”. Vista da instalação, 2024. Foto: Sara Rizzo
Il vostro cielo fu mare, il vostro mare fu cielo é a instalação site-specific de Adrian Paci (nascido em 1969), que a partir de novembro de 2024 antecipa a exposição Travelogue. Storie di viaggi, migrazioni e diaspore (março de 2025).
A instalação transforma o espaço da ágora com um mosaico de tonalidades azul-esverdeadas que evocam as cores do mar. Cada fragmento dessa composição, aparentemente abstrata, é, na verdade, um detalhe extraído de fotografias publicadas em artigos de jornais sobre naufrágios de migrantes no Mediterrâneo.
Inspirado por sua própria experiência e partindo do colapso do bloco soviético até os dias atuais, Adrian Paci pesquisa periódicos italianos e internacionais para criar um arquivo – necessariamente fragmentário – das tragédias que atingem aqueles que buscam a emancipação pelo exílio, mas muitas vezes encontram a morte.
O artista não nos mostra diretamente o desastre, os submersos ou os sobreviventes; em vez disso, escolhe um elemento recorrente que atravessa todas essas histórias – às vezes protagonista da imagem, outras vezes relegado ao fundo: o mar.
Os recortes realizados por Paci isolam um detalhe poético a partir de imagens dramáticas e ampliam, fora de escala, a textura áspera e granulada da impressão jornalística, deixando visível o padrão dos pontos de retícula – uma característica marcante da composição.
A técnica do mosaico, presente na formação do artista, aqui se adapta aos retângulos modulares das janelas da ágora, cobertos por finas películas impressas translúcidas, atravessadas pela luz natural.
A gradação tonal – mais escura na parte inferior e mais luminosa na parte superior – combinada com as variações de luz e sombra ao longo do dia, transforma o espaço, cuja forma orgânica já remete a uma onda, em um cenário de mar artificial: um aquário.
A instalação de Paci pode ser associada aos panoramas do século XIX, grandes pinturas circulares que buscavam envolver o espectador. No entanto, desta vez, o ambiente imersivo não documenta um paisagem natural, mas um território político. Composto por 250 fragmentos, esse mar artificial reflete a busca pela liberdade, a dureza da realidade e a reflexão ética de que todos fazemos parte.
Com curadoria de Katya Inozemtseva e Sara Rizzo, a exposição conta com o apoio da 24 ORE Cultura e da Fondazione Deloitte, além da participação da ACACIA – Associazione Amici Arte Contemporanea Italiana e do projeto nctm e l’arte, da ADVANT Nctm.
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