Playlist AQA: Victor Fidelis

O artista paulistano compartilhou as músicas que mais o acompanham no ateliê, passando pela MPB, jazz e afrobeat

por Diretor
2 minuto(s)
Victor Fidelis / Crédito: Cortesia do artista

Victor Fidelis, que vive e trabalha em São Paulo, cresceu cercado por arte. Desde cedo, foi introduzido ao universo visual por sua mãe e tia, ambas formadas em Artes, que o apresentaram a nomes como Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral e Portinari. Essa vivência familiar foi determinante para que ele desenvolvesse sua própria linguagem, primeiro no desenho e, mais tarde, na pintura. Seu trabalho parte de uma investigação sobre identidade negra no Brasil, construindo narrativas que cruzam memória, pertencimento e representatividade. Recentemente, realizou sua primeira exposição individual na galeria Verve, que agora o representa, e participa da mostra Histórias LGBTQIA+ no MASP, ampliando sua presença no circuito institucional.

A música tem um papel essencial nesse processo. Encontra sua produção em dois momentos fundamentais: na fase de pesquisa e concepção, ajudando a estruturar o enredo dos desenhos que estão sendo propostos, e na execução, funcionando como um mecanismo de foco e abstração do entorno. O que Fidelis escuta enquanto trabalha não é aleatório – sua playlist diária é composta por gêneros e músicas que considera mais “solares”, como neo-soul, R&B, jazz, reggae, MPB e afrobeat.

Essa atmosfera solar também aparece em muitas de suas pinturas não só na escolha das cores, mas na sensação de calor que elas carregam – está nas roupas que vestem os corpos retratados, nos reflexos amarelados que se espalham pelos espaços e no jeito como a luz parece pousar sobre as cenas, como num dia abafado em que o calor não sufoca, mas envolve, tornando tudo mais vivo e presente. A temperatura das telas dialoga com o clima tropical do país e com a paisagem urbana de São Paulo. Entre rostos que muitas vezes remetem ao seu próprio, surgem objetos domésticos, signos culturais e logos de marcas, vestígios que situam essas figuras em um tempo e lugar específicos, enquanto resgatam histórias pessoais e coletivas.

Essa mesma cadência se revela na playlist que Fidelis escuta enquanto pinta. De Frank Ocean e Sade a Liniker, Evinha e Aretha Franklin, sua seleção percorre diferentes vozes e sonoridades, criando conexões inesperadas que acabam fazendo todo sentido. Mais do que um conjunto de músicas, é um fio condutor que atravessa sua prática.

Você também pode gostar

© 2024 Artequeacontece Vendas, Divulgação e Eventos Artísticos Ltda.
CNPJ 29.793.747/0001-26 | I.E. 119.097.190.118 | C.C.M. 5.907.185-0

Desenvolvido por heyo.com.br