A partir de 2 de novembro, será apresentada uma exposição de pinturas e assemblages em grande escala do mestre americano Thornton Dial (1928–2016). A mostra inclui obras importantes de cada período da extraordinária carreira de Dial, proporcionando uma visão aprofundada de sua trajetória artística, apoiada por uma literatura crítica moldada por insights de renomados escritores, como Toni Morrison e Amiri Baraka. Como o título sugere, a exposição destaca as realizações de Dial como criador de obras poderosamente físicas (“o visível”), enquanto revela os padrões ocultos de trauma sistêmico e exclusão (“o invisível”) que marcaram sua vida e sua prolífica produção artística.
A exposição se inicia com dois exemplares iniciais e significativos da série conhecida como Tiger Paintings—um extenso conjunto de obras que culminou em uma exposição histórica em 1993, intitulada Thornton Dial: Image of the Tiger, fruto de uma colaboração entre o New Museum e o American Folk Art Museum, em Nova York. As duas pinturas da série Tiger exibidas na Hauser & Wirth afirmam o poder poético de Dial e sua ambição visual e simbólica ao dramatizar e refletir sobre sua identidade como artista afro-americano em uma sociedade americana carregada de tensões.
Após a exposição Image of the Tiger, Dial direcionou seu olhar crítico para aspectos específicos da vida e eventos modernos americanos, criando meditações visuais sobre linchamentos e homenagens ao trabalho das quilters de Gees Bend e ao trabalho feminino. Simultaneamente, Dial expandia as propriedades físicas de suas obras, avançando para o campo do assemblage, reduzindo a distância entre pintura e escultura com um uso cada vez mais virtuoso de materiais reaproveitados e um tratamento inventivo do meio convencional da pintura. Strange Fruit: Alabama Grapes (2003), por exemplo, exibe o uso característico de Dial de latas de tinta reaproveitadas para criar uma bacanal, evocando Matisse em sua exuberância cromática. Cachos de uvas e folhas de uva em latas de estanho cortadas pendem—em uma evocação de linchamento—acima dos contornos de uma latada abaixo.
Nos últimos anos de sua carreira, o trabalho de Dial tornou-se cada vez mais lírico, ecológico e meditativo. A majestosa assemblage Mr. Dial’s America (2011) foi inspirada pelos protestos do Occupy Wall Street. Nela, Dial revela sua visão apocalíptica da história política americana, cósmica em intensidade e amplitude. Em Nuclear Condition (2011), criada em resposta ao colapso e inundação da usina nuclear de Fukushima Daiichi, no Japão, Dial evoca um mundo esparso, assombrado, talvez submarino—e uma esperança implícita de um mundo mais justo no futuro.
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