Egon Schiele: Living Landscapes investigará a importância da paisagem na obra do artista austríaco. Plantas, ambientes naturais e paisagens urbanas moldam os espaços que Schiele criou em suas pinturas e refletem o rico simbolismo centrado na condição humana que ele empregava. Em especial, as plantas muitas vezes assumem significados alegóricos. Flores e árvores tornam-se sujeitos de retratos, com uma aparência quase humana. As paisagens de Schiele representam sempre mais do que seus temas aparentes, com a natureza e as cidades expressando o ciclo da vida e a condição humana.
Schiele é talvez mais conhecido por seus retratos, mas também foi um talentoso pintor de paisagens. Ainda criança, ele já registrava a natureza com atenção. Quando adulto, o artista expressionista frequentemente buscava escapar das pressões da vida em Viena, encontrando alívio no ambiente rural. A partir do verão de 1910, Schiele fez várias viagens a Krumau (atual Český Krumlov, República Tcheca), cidade natal de sua mãe. Schiele era atraído por pontos altos na periferia da cidade, de onde podia observar os habitantes de cima.
Sua pintura Town among Greenery (The Old City III), uma das obras-primas apresentadas na exposição, foi criada a partir dessa perspectiva. Embora a localização exata dessa cena seja incerta, ela provavelmente representa uma criação imaginativa e composta baseada em seus estudos de Krumau e arredores. Nesta obra, a cidade é cercada por densos agrupamentos de árvores, e Schiele até populou as ruas coloridas com figuras envolvidas em suas rotinas.
Em algumas ocasiões, Schiele focava sua atenção em plantas e árvores individuais. Girassóis estavam entre seus motivos favoritos, e ele os pintava em todos os estágios de vida, do auge ao murchar. É possível imaginar que seu objetivo era conferir a essas flores características antropomórficas, possivelmente inspirado por Vincent van Gogh, cujo trabalho foi exibido em Viena durante a vida de Schiele.
Schiele também capturou a emoção de retratos de árvores, como em sua série de árvores finas e aparentemente sem vida, que evocam a melancolia do final do outono. Ele descreveu esse período como algo que o emocionava profundamente: “Eu frequentemente chorava de olhos semicerrados quando o outono chegava.” Essas palavras ganham ainda mais peso ao considerarmos que Schiele morreu em 31 de outubro de 1918, poucos dias após a morte de sua esposa grávida, Edith, ambos vítimas da pandemia de influenza.
As paisagens de Schiele transmitem uma mensagem existencial sobre a condição humana: a esperança e promessa da primavera e verão dão lugar à decadência e à morte antes que o ciclo se renove. Assim, essas pinturas luminosas simbolizam a própria vida, carregando implicações universais.
Egon Schiele: Living Landscapes é organizada pela Neue Galerie New York e com curadoria do Dr. Christian Bauer, curador do Museu Egon Schiele em Tulln e ex-diretor fundador da State Gallery of Lower Austria em Krems. Bauer, especialista em Egon Schiele, escreveu diversos ensaios sobre o artista e editou livros, incluindo Egon Schiele: The Beginning (2013) e Egon Schiele: Almost a Lifetime (2015). William Loccisano é o designer da exposição e do catálogo.
A exposição é viabilizada em parte pelo President’s Circle da Neue Galerie, Swarovski e Withersworldwide.
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