A DAN Galeria abre, no dia 26 de outubro, a exposição “Pã sem Flauta”, com 26 obras inéditas do artista Antonio Hélio Cabral, cuja produção com a pintura remonta à década de 1970. A mostra marca a nova parceria do artista com a galeria, que passa a representá-lo. Com curadoria de Luiz Armando Bagolin, a exposição estará aberta até 8 de março de 2025.
Criadas, em sua maioria, entre 2022 e 2024, as obras exploram possibilidades variadas, sem abandonar a ironia presente nos títulos e grafismos. Em combinações vibrantes, as telas revelam figuras emergentes, criadas de forma intuitiva e sem intenção representativa, com sobreposições de tintas que dão vida a corpos e cabeças.
“Penso a figura como derivada da pintura. O contrário disto, figura pintada, é tudo que não desejo”, afirma Cabral. “Enquanto crio, surgem, desaparecem e reaparecem outras subfiguras. Muitas vezes, a pintura final não reflete a motivação inicial”, completa.
A literatura, filosofia e mitologia são inspirações recorrentes. A obra “Pã sem Flauta” (2023), título da mostra, faz referência ao deus grego Pã, reinterpretado em um cenário pastoral. Já “Lótus” (2020) evoca o Oriente e a flor da pureza, e inclui referência ao álbum O Lótus Azul, de Tintim. O toque de magia de A Tempestade, de Shakespeare, batiza o óleo “Próspero” (2023), inspirado no protagonista da peça.
Cabral homenageia também poetas italianos: “Leopardi” reflete o ceticismo e melancolia do poeta Giacomo Leopardi, enquanto “Petrarca” sugere uma ideia de retrato renascentista. Entre as telas mais antigas, destaca-se “Fala D. João 13” (2015), inspirada em um poema de Cabral de 1995, parte de uma série que explora a visão do navegador português D. João II.
Outras obras na mostra incluem “Sète” (2017), “Figura Nácar” (2017), “Autorretrato” (2018), “Pan Sírinix” (2018), “Filo” (2020), “Ícaro” (2020), “Silvos” (2020), “Sabinas” (2021), “Ponty” (2022), além de seis obras Sem título e recentes de 2023, como “Luas”, “Nácar”, “Sófia”, “Io”, e “Pino” (2024).