A exposição, com curadoria de Katya Inozemtseva e Sara Rizzo, reflete sobre a concepção tradicional da vitrine e sua centralidade nos projetos de exposição. Ligada à “exposição museológica clássica”, a vitrine expõe e ao mesmo tempo separa o objeto, oferecendo-o para apreciação, mas formando uma barreira para o espectador. Nos museus etnográficos, em particular, o efeito “neutralizante” da vitrine afeta as obras, isolando-as, privando-as do contexto e da função originais.
A mostra é antecipada nas salas da Coleção Permanente por uma intervenção especial do artista contemporâneo Theo Eshetu (1958), “Crocodile on a ceiling”, um trabalho inédito, produzido especialmente para o MUDEC. Através da inversão da visão, Eshetu reflete sobre a origem do próprio museu, a ser rastreada nos gabinetes de curiosidades renascentistas. “Brave New World”, também de Theo Eshetu, é um caleidoscópio de imagens em movimento que torna o próprio público parte da obra.
Segue-se nas salas “Focus” uma seção dedicada à história da vitrine nas montagens museológicas e seu papel como meio de classificação, especialmente nas coleções etnográficas. O tema do desejo é abordado através das imagens oníricas das vitrines criadas pelo lendário designer e vitrinista Gene Moore para a Tiffany, e pelas montagens dos designers Albe Steiner, Giancarlo Iliprandi e Roberto Sambonet para a Rinascente na segunda metade do século XX.
Encerrando o percurso, há um foco na caixa de exposição na prática da arte contemporânea, através de obras de Mark Dion (1961), Sam Durant (1961) e uma instalação site-specific de Monia Ben Hamouda (1991), destinada a desconstruir a prática da vitrine e, metaforicamente, do próprio museu.
A exposição é precedida no icônico ambiente da ágora por Luce dietro tracce incompiute, de Mariana Castillo Deball (1975): no átrio de vidro do museu, as sete esculturas têxteis, inspiradas em peças das coleções do MUDEC, criam uma situação invertida na qual o público se encontra, junto com as obras, dentro de uma imponente vitrine.
A exposição é enriquecida ainda por uma programação diversificada de eventos que nos permite refletir sobre alguns conceitos-chave da mostra e sair do museu graças à arte pública.
O projeto “Exposure” será ilustrado no segundo número da revista “MU – MUDEC United”, que, de acordo com sua proposta editorial, oferecerá aprofundamentos transversais sobre o tema da exposição.
Artistas presentes na exposição: Monia Ben Hamouda, Mark Dion, Sam Durant, Theo Eshetu, Damien Hirst, Candida Höfer, Giancarlo Iliprandi, Gene Moore, Roberto Sambonet, Albe Steiner.
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