Estamos diante de narrativas orgânicas como composição, de textos que bem sustentam impasses, que armam debates não estabilizados, livram-se de obviedades, desmontam frases feitas e, de modo irônico, desdenham de questões absolutas. Estamos diante da produção de Machado de Assis, o grande escritor de todos nós, cujo legado —para a literatura e além dela — é festejado na 61º Ocupação Itaú Cultural. Celebrar o mestre das letras corresponde, ao mesmo tempo, a um dever e a um direito da nossa gente.
Menino de 1839 e do Morro do Livramento, no Rio de Janeiro, então capital do país, Joaquim Maria Machado de Assis estreou como autor em 1864, com os versos de Crisálidas. Do primeiro até o último volume, Memorial de Aires (1908), publicado no ano de sua morte, o ficcionista construiu uma obra rica em gêneros — romances, contos, poemas, crônicas, peças de teatro, artigos —, na qual os fatos (problemáticos) são tudo; e os valores, relativos.
A escrita machadiana mobiliza e tensiona temas como a ética, a comunhão de interesses, as ordens de arranjos e caprichos, as paixões, a identificação social e a identidade do sujeito, despertando leitores com farpas ritmadas. Essas farpas, aliás, também aparecem aqui, em uma mostra que busca colocar as palavras do artista em diálogo com o hoje, evidenciando criação, criaturas e criador.
Desdobrada em uma publicação impressa e neste site (com conteúdo exclusivo), a Ocupação Machado de Assis enfatiza a negritude do homenageado por meio de entrevistas com estudiosos e outras pessoas que visitaram o universo do escritor. O projeto reúne documentos, objetos e livros, itens que, juntos, indicam que o Bruxo do Cosme Velho continua sendo leitura viva. Cada vez mais viva.
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