A mostra “Maria Leontina: da forma ao todo” investiga o modo como a artista se relacionava com os objetos que colecionava, tão caros em sua produção, na busca incessante pela tradução em imagens do que as mãos poderiam sentir. Observando o percurso da artista, da figuração até a abstração lírica, poderão ser vistas pelo público famosas séries. Acumuladora de referências e objetos pelos quais nutria imenso afeto, Leontina via na arte popular, na estatuaria religiosa e nos artefatos indígenas, um manancial de contradições plásticas, de onde surge esse interesse, primordial, em seu trabalho. Na década de 1950, Leontina chamou a atenção da crítica com suas naturezas-mortas, que podem ser vistas na primeira sala da exposição. A mesma sala conta também com um conjunto de desenhos produzidos pelos internos do Hospital Psiquiátrico do Juqueri, quando a artista orientou o setor de artes plásticas. O conjunto de trabalhos realizados pelos internos poderão ser vistos pelo público pela primeira vez. A segunda sala contempla um extenso conjunto da fase geométrica da artista, apresentando séries como: Jogos e Enigmas (1954), Da paisagem e do tempo (1957), Narrativa (1957) e Os episódios (1959/1960). Na última sala, o fascínio de Maria Leontina pelo livro como objeto aparece na relação estabelecida entre a série Sant’Anas, realizada no início de sua carreira, e Páginas, realizada nos anos 1970. Destaca-se também o conjunto de estudos preparatórios para os vitrais que ela concebeu para a Paróquia da Santíssima Trindade, na Praça Olavo Bilac, no centro de São Paulo.
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