A Nonada de Copacabana apresenta a exposição Fetiche: retrato, com trabalhos dos artistas Alan Oju (1985, Santo André, SP), André Barion (1996, São Paulo), Andy Villela (1994, Rio de Janeiro), Bruno Alves (1998, São Paulo), Emerson Freire (1995, São Paulo), Gustavo Magalhães (1998, Goioerê, Paraná), Irineia Rosa Nunes da Silva (1949, povoado quilombola do Muquém, Alagoas), Lucas Almeida (1995, São Paulo), Leoa (Renata Costa, 1997, Rio de Janeiro), Melissa Oliveira (2000, Rio de Janeiro), Marlon Amaro(1987, Niterói),Miguel Afa (1987, Rio de Janeiro), Siwaju (1997, São Paulo). O texto crítico é do fotógrafo Bob Wolfenson, reconhecido por seus retratos. Os trabalhos são em grande parte pinturas, com diversos materiais, e ainda esculturas e fotografias. “A exposição faz um breve recorte sobre como o retrato, que é um dos mais antigos sujeitos da história da arte, encontra ressonância nesses artistas que têm dialéticas tão distintas, mas que trabalham sobre a representação humana e seus desdobramentos contemporâneos”, diz Paulo Azeco, um dos sócios da galeria inaugurada em novembro de 2022. “Vivemos em uma sociedade fetichizada, onde tudo é elevado, maximizado. Num momento onde o retrato, representado pela compulsão pela autoimagem e selfies, toma lugar daquele outrora idealizado, o fetiche não é mais aquele enquanto prática. O erotismo está em se mostrar, mesmo que por filtros e camadas de mentira. O mundo está refém do espelho, o Narciso deixa o consultório do psicólogo e alcança a grande massa”, comenta. Em seu texto de apresentação, Bob Wolfenson diz: “A ideia de que um fotógrafo possa captar a alma ou a essência mais verdadeira da figura humana, para mim, é uma tolice, mas povoa o imaginário de grande parte dos críticos e apreciadores de retratos. Não acho que ninguém tenha este poder de ir a essas profundezas, e, mais que isso: eu, como fotógrafo, a última coisa que me vem à cabeça é tentar traduzir a essência ou a alma de alguém. Não tenho esta pretensão. […] O retratista atua no comando de poses e/ou coreografias, num fluxo constante de movimentos, gestos e silêncios, até que sinta ter exaurido as possibilidades de uma situação dada, o que, ao final, depende de um senso de cooperação e confiança recíproca entre seu sujeito e ele. De todo modo, alcançar um bom retrato é quase um milagre, tais os aspectos dissonantes que pairam como um campo de força sobre o momento de fazê-lo, sejam eles: a expectativa do fotografado, o desejo do fotógrafo, o aparato técnico (câmeras, luzes) e os pedidos de quem contratou o trabalho (quando há terceiros envolvidos), todos fatores de intimidação para quem está diante e detrás de uma câmera. No entanto é nessa arena plena de intensidade que se dá a mágica do ‘milagre’”.
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