A exposição Intersecções ocupa simultaneamente o Solar da Marquesa de Santos e a Casa da Imagem. Sobre a mostra, o trio curatorial composto por Adriana Barbosa, Nabor Jr. e Eleilson Leite escreveu: “Em continuidade ao programa de exposições sistêmicas promovido pelo Museu da Cidade de São Paulo, Intersecções – Negros(as), indígenas e periféricos(as) na cidade de São Paulo avança cronologicamente no espaço e na geografia da capital, não somente com o objetivo de iluminar os fazeres destes grupos e reforçar sua importância na vibrante cena cultural da cidade, mas, principalmente, na contramão do projeto nacional de apagamento dessas populações e no sentido de reinseri-las enquanto sujeitos protagonistas da historiografia paulistana. Intersecções apresenta um valoroso conjunto de movimentos culturais, artistas, processos e encontros, bem como locais de convivência (e convergência) que, a partir da década de 1980, concomitantemente aos fatores de resistência comum à vida dessas maiorias minorizadas, e atuando na interseccionalidade histórica e socialmente imposta às populações negra, periférica, indígena e LGBTQIA+, forneceram elementos não somente para a celebração coletiva, como para a possibilidade de uma “vida comum” em uma sociedade onde o racismo, o sexismo e a homofobia são inseparáveis. Ainda que o conceito de ‘cidadão comum’ possa endossar, mesmo que inconscientemente, a ideia de que há pessoas ‘especiais’ ou ‘superiores’, as iniciativas presentes nesta exposição apresentam-se como possibilidades catárticas que não imputam aos seus participantes e idealizadores o fardo de terem de possuir uma história de superação por serem quem são ou como são. […] ‘A periferia nos une pelo amor, pela dor e pela cor’, defende o poeta Sérgio Vaz no Manifesto da Antropofagia Periférica. São periferias unidas por um movimento que vai além das subjetividades, como ensina Tiaraju Pablo D’andrea. Um povo que é cria, tem orgulho de pertencer à quebrada e atua politicamente para defender os que nela habitam. Assim ele define o(a) sujeito(a)(e) periférico(a)(e), um novo conceito na sociologia. […] As intersecções entre negros, negras, indígenas, periféricos e periféricas habitam o universo simbólico que inspira as artes e a cultura na Metrópole. […] Emicida já deu a letra: ‘arte é ocupar!’ Tudo junto e misturado porque a cultura não é compartimentada, muito menos hierarquizada. A intersecção saiu da geometria e se fez verbo na periferia. Interseccione-se!”
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