A Paris+ par Art Basel tem sido um grande sucesso, visível já nos primeiros dias. O público é, em sua grande maioria, internacional e colecionadores do mundo inteiro estiveram presentes durante a vernissage que aconteceu ontem, dia 19 de outubro. Com 156 galerias, de 30 países diferentes e dezenas de instalações espalhadas pela cidade, a Paris Art Week é uma das semanas mais promissoras do ano para o mercado.
Esta feira marca, sem dúvidas, o início de uma nova era artística para Paris e faz com que a cidade resgate um frisson artsy que pouco a pouco deixou de existir após a Segunda Guerra Mundial. Isso porque no fim do século XIX e primeira metade do século XX, Paris reinava de forma absoluta no cenário artístico mundial sendo o centro das inovações e da experimentação da arte de vanguarda. Após a Segunda Guerra este “polo” foi transferido para Nova York, nos Estados Unidos, deixando Paris com uma herança cultural mais ligada a “algo que já passou”.
Outro motivo pelo qual especula-se que Paris tenha sido escolhida para sediar uma feira de tamanha importância é o fato do protagonismo londrino ter se enfraquecido frente ao mercado de arte europeu devido ao Brexit, que distancia, evidentemente, o país e que torna as relações financeiras mais complicadas e burocráticas. A Frieze London, feira que acontece tradicionalmente em outubro na capital inglesa e que acaba de se encerrar, por sinal, desempenhava um papel essencial no mercado de arte e, agora, a Paris+ chega com tudo para concorrer.
Em Paris havia, tradicionalmente desde 1974, a Fiac (Feira internacional de arte contemporânea) que foi substituída pela Art Basel, já que a feira suiça passará a acontecer na mesma data e no mesmo lugar em que acontecia a Fiac. A força da Paris+, no entanto, é realmente muito maior que a da Fiac, que não costumava causar tanto fervor no mercado internacional e costumava receber um público menos variado.
As vendas, já no primeiro dia de feira, demonstram que o evento traz, realmente, algo que não se via há muitas décadas em Paris. A Hauser&Wirth vendeu pelo menos nove trabalhos na quarta-feira, incluindo The Dream, de George Condo, por $2.65m, Sanctuary, de Rashid Johnson, por $1m e Free Fall, de Avery Singer, por $800.000; A David Zwirner anunciou que vendeu $11m no primeiro dia, incluindo as obras Border, de Joan Mitchell, vendida por $4,5m, Untitled, de Robert Ryman, vendida por $3m e Bouhouche, de Luc Tuymans, vendida por $1,35m. Outras galerias como Gagosian, Lelong e Sadie Coles também fizeram bons negócios e venderam muitas obras. E ainda faltam mais três dias de feira!