Netflix estreia minissérie sobre o roubo do mundo da arte

O conjunto de obras roubadas do Museu Isabella Stewart Gardner vale 500 milhões de dólares e inclui telas de Rembrandt, Manet e Vermeer

por Beta Germano
2 minuto(s)

Um pacato museu idealizado por uma ousada colecionadora que esconde joias. O Museu Isabella Stewart Gardner é uma joia, no meio da violenta Boston, que por muitos passava desapercebida…até o dia 18 de março de 1990, Dia de São Patrício, o famoso St Patrick’s Day. Enquanto outra zona da cidade estava agitada com a festividade, dois policiais chegaram ao local pedindo para entrar e, depois da liberação do guarda escalado para o horário, eles anunciaram: era um assalto! Maior roubo de arte de todos os tempos, que estreou semana passada na Netflix, relata a história da investigação dos dois ladrões que amarraram os funcionários que estavam de vigia naquela madrugada, entraram nos salões do museu e roubaram diversas obras, levando cerca de duas horas até finalizarem o roubo.

Entre as 13 peças levadas , estavam dois Rembrandt, The Storm on the Sea of Galilee e A Lady and Gentleman in Black ; um Manet, Chez Tortoni; e, um Vermeer, The Concert.  Hoje, 31 anos depois, o conjunto das obras perdidas é avaliado em 500 milhões de dólares.

A produção, que conta com quatro longos episódios, deixa claro desde o início que o caso a ser contado ainda não foi resolvido e as obras de arte roubadas ainda não foram recuperadas. Mas o documentário mostra como, ao longo dos anos, diversas teorias foram levantadas e muitos suspeitos foram investigados. Afinal quem teria levado as pinturas? Um expert ou um leigo? Qual seria o motivo? Vender ilegalmente para algum colecionador vaidoso? Ou seria uma moeda de troca para negociar imunidade com o FBI de algum membro das gangues que dominavam a cidade na época? 

Embora o documentário dirigido por Colin Barnicle ofereça poucos novos insights sobre um caso que foi dissecado por autoridades, repórteres e pessoas comuns, parece funcionar para trazer renovada atenção internacional para as obras perdidas, com a esperança de recuperá-las. 

Além de apresentar os suspeitos e seus possíveis motivos, a série mostra com detalhes como o roubo aconteceu mostrando, inclusive, quais os alarmes foram tocados enquanto os ladrões selecionavam os trabalhos e os arrancavam de suas molduras, penduradas vazias até hoje nas salas da instituição. Steve Keller, um consultor de segurança que aconselhou o Gardner antes e depois do roubo, ajuda a analisar os movimentos dos ladrões e mostra novas evidências que talvez sejam uma das poucas revelações importantes da série.

Entre os entrevistados, estão outros especialistas com profundas ligações com o roubo, desde ex-funcionários de segurança e chefes de museu a repórteres, investigadores federais, promotores, advogados de defesa de suspeitos e até mesmo um famoso ladrão de arte ( que impressionantemente está solto) e ex-secretário de imprensa do IRA. O mais impressionante é a participação de Myles Connor Jr. quase como um consultor sobre crimes desse porte. Famoso por roubar obras de altíssimo valor, Connor Jr. revela que se interessa pelo caso Gardner, mas não poderia ter cometido o crime porque, na noite do roubo, cumpria pena pelo furto um Rembrandt do MFA Boston, em plena luz do dia, nos anos 1970.

Uma das principais teorias por trás do crime é que a máfia italiana – ou qualquer outro criminoso profissional – teria querido usá-lo como uma ferramenta de barganha para diminuir suas sentenças de prisão – um “cartão de liberdade para sair da prisão, ” como diz um entrevistado. Será que essa moeda de troca já foi usada? Assista o documentário e tire suas próprias conclusões.

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