A cineasta Ava DuVernay assina curadoria de exposição de arte

Conhecida por dirigir e produzir filmes e séries aclamados pela crítica e público como Olhos que Condenam; 13ª Emenda; e, Selma: Uma Luta Pela Igualdade, Ava DuVernay resolveu se aventurar…

por Beta Germano
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Ejiro Owigho

Conhecida por dirigir e produzir filmes e séries aclamados pela crítica e público como Olhos que Condenam; 13ª Emenda; e, Selma: Uma Luta Pela Igualdade, Ava DuVernay resolveu se aventurar no mundo das artes plásticas apresentando a mostra Say my name ao lado do curador e diretor da galeria Khalil Akar, na Signature African Art,  uma galeria especializada em arte africana contemporânea com sedes em Londres e Lagos.

Na verdade, a exposição acontecerá em dois momentos: o primeiro será apresentado em Londres em Outubro deste ano e o segundo em Los Angeles em Fevereiro de 2021. O objetivo é homenagear figuras e momentos influentes da história negra e arrecadar verbas para o Law Enforcement Accountability Project (LEAP), um fundo lançado pela cineasta em junho de 2020 que financia  encomendas feitas a artistas negros e ativistas para contar histórias de abuso policial por meio de diferentes formas de arte – 40 % dos rendimentos da venda dos trabalhos de Say my name serão doados ao LEAP. 

Giggs Kgole Boshielo

A edição de Londres, que incluirá 13 obras encomendadas por artistas africanos, incluindo Demola Ogunajo, Ejiro Owigho e Anthony Nsofo, homenageia ativistas como Angela Davis e Wangari Maathai, bem como vítimas da brutalidade policial, incluindo George Floyd e Breonna Taylor. O pintor nigeriano Oluwole Omofemi, por exemplo, criou uma homenagem a Floyd por meio de uma série de nove pinturas que marcam os quase nove minutos em que um policial ajoelhou-se em seu pescoço. Cada tela contém uma das palavras ou frases finais de Floyd. Já Moufouli Bellohas, artista residente em Benin, criou um retrato de Breonna Taylor. “O caso de George Floyd aconteceu na América, mas gerou protestos na Europa e na África, onde questões semelhantes estão sendo enfrentadas”, disse Akar ao Artnews. 

Moufouli Bello

Outras obras irão explorar momentos da história negra britânica, como as contribuições da Geração Windrush, cujos membros foram do Caribe para o Reino Unido no período do pós-guerra para impulsionar um mercado de trabalho esgotado. O artista Adjaratou Ouedraogo, por exemplo, explora o tratamento abusivo do governo britânico em relação à Geração Windrush e seus descendentes, quando detiveram, deportaram e negaram benefícios a muitos de seus membros por engano.

Mas a exposição não trata apenas de momentos dolorosos da história negra e as vítimas da violência policial. “É também reconhecer as muitas pessoas que tiveram um impacto tão positivo na comunidade negra”, explica o galerista. Entre eles estão ativistas como Angela Davis, que é capturada em um retrato do artista Dennis Osakue, e a ativista queniana Wangari Maathai, a primeira mulher negra a ganhar um Prêmio Nobel. A edição de 2021 da mostra, em Los Angeles, incluirá 13 novos trabalhos centrados na supremacia branca e na brutalidade policial.A escolha do número “13” não foi à toa: é uma referência ao documentário 13ª Emenda, dirigido por DuVernay que examina a construção de um racismo estrutural nos EUA cuja consequência é o encarceramento em massa. “A arte é uma força propulsora e perturbadora”, diz DuVernay. “A expressão criativa é uma das ferramentas mais poderosas que podemos empregar para ativar e desencadear a mudança.”

Say my name

Data: 27 de Outubro até 28 de novembro 

Local: Signature African Art

Endereço: 20 Davies St, Mayfair, Londres

Nathalie Djakou

Demola Ogunajo
Adjaratou Ouedraogo

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