A segunda edição da Playlist AQA tem a participação do artista Paulo Nimer Pjota. Sua pesquisa como artista está fundada no desejo de compreender e conversar com elementos socioculturais de manifestações que enxerga nas ruas, em especial as que são consideradas de origem periférica. Na playlist feita especialmente para o ArteQueAcontece, esses elementos que rondam o artista também fica muito evidente.
Paulo passou sua adolescência bastante próximo ao movimento Hip Hop. Ele conta que sua primeira formação política e social foi fundamentada no Rap: “Foi através do Rap que tive a oportunidade de entender a história do Brasil, principalmente pelo lado sociocultural, e isso moldou todo o meu pensamento e minha construção como pessoa”.
O Rap também foi mediador de seu encontro com outras vertentes musicais. Foi por meio dos samples usados na batida que Paulo aprendeu mais música brasileira, música latina e a música afro. “Isso influenciou diretamente a minha liberdade de criação e os caminhos que percorro com meu trabalho. Meu processo criativo se aproxima muito da construção das batidas do rap, eu uso elementos do mundo real já existentes assim como um beatmaker usa os samples”, ele explica que é dessa forma que ressignifica símbolos e objetos históricos, dando uma nova possibilidade de entendimento sobre um olhar viciado-colonizado.
Além do Hip Hop e do Rap, os ritmos musicais jamaicanos — como ska, rock steady, reggae e dancehall — também são muito apreciados pelo artista. Na segunda parte da playlist, escolheu trazer músicas que mostrassem a influência da música jamaicana no Hip Hop. “Então fiz uma seleção de Rap com produtores que usaram samples de música jamaicana ou então MCs que se apropriam da levada e do estilo Jamaicano de cantar”. Para ele, o Rap e o Reggae são próximos por “suas características revolucionárias e a história com que surgem”, tornando comum o fato de um influenciar o outro e de se cruzarem em algumas produções.
Confira abaixo a playlist do artista!
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