Ainda que o recurso do filme, e em tempos mais recentes, do vídeo, seja um suporte cada vez mais recorrente na prática de artistas contemporâneos, a linguagem tradicional do cinema de longa metragem às vezes também atrai nome das artes visuais. Conheça aqui uma lista que o ARTEQUEACONTECE preparou com alguns artistas contemporâneos que também atuam ou atuaram como diretores de cinema!
1. Hunger, de Steve McQueen (2008)
2. Shame, de Steve McQueen (2011)
O artista britânico Steve McQueen é xará do famoso ator hollywoodiano dos anos 1960 e 70, mas não tem nada a ver com os personagens machões interpretados por ele. Seus primeiros vídeos foram apresentados em contextos de galerias e exposições institucionais, incluindo a Royal College of Art, em Londres. Mas, em 2007, o artista oficialmente iniciou sua carreira como diretor de cinema, com o longa Hunger, sobre a greve de fome de prisioneiros irlandeses em uma penitenciária na Irlanda do Norte, no contexto dos conflitos geopolíticos e religiosos dos anos 1980 na região. Já em 2011, deu continuidade à direção com o polêmico Shame, estrelando Michael Fassbender.
3. Basquiat, de Julian Schnabel (1996)
4. O Escafandro e a Borboleta, de Julian Schabel (2007)
5. At Eternity’s Gate, de Julian Schabel (2018)
O reconhecido pintor americano Julian Schnabel aventurou-se no mundo do cinema pela primeira vez em 1996, quando dirigiu o filme “Basquiat”, sobre o jovem artista cuja morte prematura privou o mundo de um dos maiores gênios da arte dos anos 1980. Com participação de grandes atores, como Jeffrey Wright e Benicio del Toro – além de David Bowie interpretando Andy Warhol –, o filme retrata a vida de sucesso meteórico e fim trágico do artista Jean Michel Basquiat. Depois de um filme sobre um poeto cubano, em 2007 Schnabel dirigiu o aclamado “O Escafandro e a Borboleta”, baseado na história real de um editor francês que sofre um derrame e acaba quase inteiramente paralisado, exceto pelo seu olho esquerdo. Mais recentemente, outro sucesso dirigido por Schnabel foi o filme “At Eternity’s Gate”, sobre a vida do icônico pintor Van Gogh e seus anos no manicômio de Arles, na França.
6. Sans toit ni loi, de Agnès Varda (1985)
7. Varda by Agnès, de Agnés Varda (2019)
A artista e fotógrafa Agnès Varda, falecida recentemente em março de 2019, também foi responsável por realizar belíssimos longa-metragens. Suas primeiras criações ocupavam um lugar fronteiriço entre cinema documenta, trabalho artístico e experimentalismo da Nouvelle Vague francesa. Mas, em 1985, Varda realizou o longa de ficção “Sans toit ni loi”, ou “Vagabond”, como também é conhecido, a trágica história de uma mulher que é encontrada congelada em uma vala – sua vida é narrada em flashbacks, revelando os eventos que levaram à sua morte. O filme é sensível e tocante, poético e transcendente, além de ter uma potência visual inigualável. Vale notar, também, que Varda realizou logo antes de sua morte o documentário “Varda by Agnès”, no qual conta a história de sua vida e de sua produção, nos dando um insight único sobre sua magnífica obra.
8. Office Killer, de Cindy Sherman (1995)
Conhecida pelos personagens-alter-egos que cria para si mesma em fotografias estranhas e únicas, Cindy Sherman também se aventurou pelo cinema com o filme de 1995 “Office Killer”, uma comédia de horror (ou um terror de comédia) sobre uma revisora que acidentalmente mata um colega de trabalho depois de ser demovida durante um processo de redução de força de trabalho em sua empresa. Atordoada e inconformada com a posição a que foi forçada – trabalho remoto em casa – a personagem descobre que matar pode satisfazer suas inquietudes e amenizar a solidão. Assim, ela segue assassinando seus colegas de trabalho e colecionando-os no porão de sua casa, em uma comédia mórbida e estranha.