Entre disputas emocionantes por obras de grandes ícones e outras frustrações sobre altas expectativas inatingidas, a temporada de leilões de maio nas principais casas de Nova York – Christie’s, Sotheby’s e Phillips – chegou ao fim. Ainda que a soma total das vendas deste mês represente um valor inferior em relação ao mesmo período nos anos anteriores, vários artistas bateram recordes importantes sob o martelo. Aqui, selecionamos 5 highlights destes casos para você conferir.
Simone Leigh
A artista superou seu próprio recorde de leilão duas vezes em uma única semana durante as vendas de Nova York. Primeiro, a Christie’s vendeu a escultura de bronze “Stick” (2019) por USD 2,7 milhões em sua 21st Century Evening Sale. Três dias depois, a Sotheby’s vendeu “Las Meninas II” (2019) por USD 3,1 milhões.
Essas vendas fecham com chave de ouro um período marcante para o artista, que representou os Estados Unidos na Bienal de Veneza no ano passado e atualmente tem uma exposição individual amplamente aclamada no ICA Boston.
Nicole Eisenman
A obra “Night Studio” (2009) da artista foi vendida por USD 2,4 milhões, 143% acima da estimativa média e, praticamente, o dobro do valor alcançado por “Mermaid Catch” (1996), que foi vendido na Christie’s London em 2021.
A pintura em questão foi destaque na retrospectiva da artista “Al-ugh-ories” no New Museum em 2016 e também foi capa da mostra itinerante “Nicole Eisenman and the Moderns: Heads, Kisses, Battles” em 2022.
El Anatsui
A obra “Prophet” (2012) de El Anatsui foi vendida por USD 2,3 milhões na Christie’s 21st Century Evening Sale, valor que superou sua estimativa em 123%, como também o recorde anterior do artista de USD 1,95 milhão para New Layout (2009), vendido na Christie’s em 2021.
A venda também integra um grande ano para El Anatsui, visto que ele foi selecionado como o próximo artista da Hyundai Commission a apresentar um grande trabalho no vasto Turbine Hall da Tate Modern no final deste ano.
Justin Caguiat
O trabalho “To the approach of beauty its body is fungible” (2020) superou sua estimativa em impressionantes 350% e foi vendido por USD 787.400, o que estabelece um forte ritmo inicial para o trabalho do artista em leilão.
Louise Bourgeois
“Spider” (1996), que ficou famosa entre os brasileiros por passar décadas exposta na Sala de Vidro do Museu de Arte Moderna de São Paulo, arrematou USD 32,8 milhões na Sotheby’s Contemporary Evening Auction. Alguns especialistas apontam que, se não fosse a iminência de uma crise econômica nos EUA, que impõe juros altos aos colecionadores de arte, a obra teria sido vendida por pelo menos US$ 40 milhões. Por isso, a venda decepcionou as altas expectativas, que pressupunham que a obra pudesse até ultrapassar o valor mais alto já atingido por uma artista mulher. Porém, a escultura tornou-se a mais valiosa de Louise, superando seu próprio recorde anterior de USD 32,1 milhões, estabelecido em 2019 por um trabalho semelhante.